20 setembro 2014

Ele não estava bem

Ele disse que não estava bem.

Pedia ajuda indiretamente com postagens e desabafos no Twitter e Facebook (os muros de lamentações contemporâneos).

Bebia frequentemente, às vezes com amigos, mas na maioria era em casa, sozinho.

Postava fotos das garrafas e copos cheios. Achavam legal, chamavam o de pinguço. Não percebiam que isso na verdade era um pedido de ajuda.

Não era muito de sair, nunca foi. Estava se lembrando da adolescência quando era uma pessoa popular (na verdade ele ainda é popular, muitos o conhecem, porém ele é antissocial, talvez mais do que antes) e era convidado para festas a cada 15 dias, às vezes acontecia de ter festa toda semana. Ele não ia a todas. Costumava faltar algumas, se sentia melhor assim.

Envelheceu, mudou o cabelo algumas vezes, barba, etcetera.
Criou metas, se empenhou, alcançou as. Mas mesmo assim não teve o resultado esperado.
De início se sentiu mais leve, mas depois veio a decepção. Toda a luta, loucura, angústia teria sido à toa?

À melancolia, amiga de longa data, voltou a visitá-lo com frequência.

Problemas externos, alheios ao seu poder de decisão também o cercavam. Ele tentava esquecê-los, mas às vezes apareciam em seus pensamentos. Isso o deprimia.

Às vezes as pessoas notavam algo em seu semblante, mas em geral, ele escondia bem.

Nesta semana se sentiu mal, bebeu pra esquecer as coisas, não adiantou.

Cansou de escrever. Foi ouviu música:

"Hey, new homem velho,
Será que você tem tantas angústia quanto eu?" - Cidadão Instigado 

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