25 abril 2009

Poema sujo

Vomito-te minha suja alma

Em teu anus
Alma manchada pelos pecados das ruas
Bares e orgias
Deixo todo meu amor excretar dentro de suas límpidas artérias
Infectando-te com mentiras, medos e doenças
Porém, é, sempre foi e sempre será sincero
Todo o meu amor

Cada vez mais imundo estou
Transcorre por mim um pus exalando um péssimo odor
Pela madrugada na rua suja minha alma se sente livre
Os transeuntes morimbundos fazem com que sinta-me como se habitasse os corredores de minha casa
Fico totalmente aconchegado

Acho-te novamente
Dessa vez toda nua, no meio da rua
Ofereço minha mão, meu coração e meu calor
Abraço-te e beijo

Retomo minha alma
Pra sempre estará manchada
Mas meu futuro apenas com você será límpido como uma cachoeira
E as manchas em meu passado serão apagadas
Na alma ficarão para todo o sempre
Para que eu jamais me esqueça como é difícil viver sujo


Este poema foi feito após ver uma entrevista do Ferreira Gullar hoje no Programa Do Jô e ele declamou um pedaço de um poema que não era “muito bonitinho”. Ora, Rogério Skylab faz “poesias sujas” e é chamado de retardado, mas o Gullar pode porque é gênio?

Como eu admiro os dois, resolvi fazer o meu poema sujo, e tudo bem se me chamarem de retardado. Alias, eu acho que é menos preocupante ser chamado de retardado do que se você for chamado de gênio.

1 argumentos:

Cris* disse...

nao eh um sentimento ruim nao, eh bom, mas nao eh a coisa mais adeqada para o momento, e nem a pessoa adequada :/ como faz???????


bjss