Eu me olho no espelho
Profundamente
Não me vejo
Apenas meu olho
E como pode meu olho olhar a si mesmo?
Eu me olho
Meu olho se vê duas vezes
Em meu rosto e no espelho
Eu me olho
E o espelho me olha
O olho é do espelho?
O olho é seu?
Não, olho é meu!
“Se fosse fácil se olhar
Quem não se olharia?”
Eu me bato
A dor é minha
Eu bati ou eu apanhei?
Esta é a questão
Eu me bato
Um lado gosta de bater
Outro gosta de apanhar
Sou sádico?
Sou masoquista?
Sou sadomasoquista?
Eu me corto
A faca tem minhas digitais e meu sangue
Eu sou o agressor ou eu sou a vítima?
Eu ando pela rua
Quase todo mundo anda pela rua
Sou eu quem empurra o chão para baixo
Ou o chão que me empurra para cima?
Eu me mato
Quem matou?
Eu
Quem morreu?
Eu
Quem tem que ser preso?
Eu
Mas se eu morri como serei preso?
Posso eu ser vítima e assassino ao mesmo tempo?
Você me mata?
Não, sou eu que me mato
Se você me matasse você seria o assassino e eu a vítima
Mas, se eu me mato não tem um assassino e uma vitima
Eu me mato
A morte é sua?
Não, a morte é minha
Se fosse fácil se matar quem não se mataria? *
*Esse texto, poesia, linhas, ou qualquer coisa que você queira chamar, foi feito baseado na música "Eu Chupo Meu Pau" do Rogério Skylab (é só o nome da música [risos toscos e sem graça], mas isso falo por mim, já o que o Skylab faz eu não sei, um amigo disse que com a yoga...) que você pode ler a letra dela aqui e ouvi-la aqui
11 novembro 2009
Texto Ou Poesia Da Dúvida
25 abril 2009
Poema sujo
Vomito-te minha suja alma
Em teu anus
Alma manchada pelos pecados das ruas
Bares e orgias
Deixo todo meu amor excretar dentro de suas límpidas artérias
Infectando-te com mentiras, medos e doenças
Porém, é, sempre foi e sempre será sincero
Todo o meu amor
Cada vez mais imundo estou
Transcorre por mim um pus exalando um péssimo odor
Pela madrugada na rua suja minha alma se sente livre
Os transeuntes morimbundos fazem com que sinta-me como se habitasse os corredores de minha casa
Fico totalmente aconchegado
Acho-te novamente
Dessa vez toda nua, no meio da rua
Ofereço minha mão, meu coração e meu calor
Abraço-te e beijo
Retomo minha alma
Pra sempre estará manchada
Mas meu futuro apenas com você será límpido como uma cachoeira
E as manchas em meu passado serão apagadas
Na alma ficarão para todo o sempre
Para que eu jamais me esqueça como é difícil viver sujo
Este poema foi feito após ver uma entrevista do Ferreira Gullar hoje no Programa Do Jô e ele declamou um pedaço de um poema que não era “muito bonitinho”. Ora, Rogério Skylab faz “poesias sujas” e é chamado de retardado, mas o Gullar pode porque é gênio?
Como eu admiro os dois, resolvi fazer o meu poema sujo, e tudo bem se me chamarem de retardado. Alias, eu acho que é menos preocupante ser chamado de retardado do que se você for chamado de gênio.
30 julho 2008
"Computadores Fazem Arte Artistas Fazem Dinheiro"
Frase-titulo da música de Mundo Livre S/A (também gravada por Chico Science & Nação Zumbi), você pode ler a letra aqui. Lembrei-me dessa música hoje e baseado nela tive a ideia dessa postagem.
Eu gosto muito de música, aliás, as vezes eu digo que a música é o que me mantem vivo, servindo como valvula de escape para diversos momentos conturbados e em outras vezes servindo para alegrar ou "fazer um acabamento" para um momento bom. Tá eu sei que muita gente adora música e tal, e que ela também se faz muito importante na vida dessas pessoas, porém, acho que na minha não é que seja mais importante, mas acho que é de uma forma bem diferente da maioria das pessoas. E para explicar um pouco mais antes de entrar no "assunto do titulo", o que mais importa pra mim na música é a letra, é a mensagem que o compositor quer passar ou o momento que ele descreveu, e não importa o estilo da música, e quanto ao cantor: eu estou cagando se o cara (estou me refirindo de forma mascúlina, porém serve pra ambos os sexos) canta bem, pra mim o que importa é a emoção que o cara passa ao cantar. Vou citar 4 cantores e 1 cantora (essa eu não sou muito fã) que cantam com emoção, na minha opinião 2 desses cantores tem uma bela voz (além da interpretação), e os outros 2 mais a cantora eu acho que não cantam tão bem, porém como os outros a interpretação é maravilhosa, eles são:
- Renato Russo
- Thom Yorke
- Dave Matthews
- Morrissey
- Björk
Eu acho que tem uma ótima voz o Renato Russo e o Morrissey, o Dave Matthews eu acho que não tem uma bela voz, mas tá longe de ser ruim, já o Thom Yorke e a Björk eu acho que não tem uma voz boa, porém passam uma emoção imensa ao cantar.
Pronto, agora deixe-me explicar o assunto do titulo:
Antigamente, nos anos 80, que pra mim é a melhor época da música brasileira, as músicas me pareciam muito mais reais, não se tinha uma preocupação de fazer música pra fazer sucesso e vender, antes de compor pensar se aquilo poderia ser comercial ou não, pelo contrário haviam muitas músicas que eram censuradas. Eles não faziam música "pela arte" ou pela cultura, pelo contrário, foda-se a arte, a música era feita como forma de exercer a pouca liberdade de expressão que tinham, e assim "antenar" os mais alienados politicamente.
Hoje em dia eu vejo muita gente querendo fazer a formúla do sucesso ou então algo diferente do resto pois se preocupa em não ser "mais um". Eu acho isso tão ridiculo quanto uma cópia identica de alguma coisa.
Pra finalizar, tem uma banda, que por sinal eu gosto muito, que levanta quase sempre (ao meu ver até demais, acho que fica até chato) a bandeira da arte independente. Mas tudo bem, o problema é o que eu vejo muitos fãs orgulhosos pela atitude deles, pela opção da independencia, mas eles não sabem PORRA NENHUMA, sobre música independente, sem ser essa banda eles não conhecem praticamente nada de música independente e ficam levantando a bandeira junto sem conhecer outras bandas. Pra mim um exemplo de banda independente (que hoje não é mais independente) é o Dead Fish que deve ter uns 17 anos de carreira e conquistou um publico de respeito e respeito de muitas pessoas que são do meio musical enquanto foram independentes. Foi até engraçado ver em 2004 e 2005 na época do disco Zero E Um e o DVD MTV Apresenta, um monte de gente os descobrindo, achando foda o som deles e pensando que eram uma banda nova! Não posso esquecer do Rogério Skylab que tem 9 discos lançados, sendo 8 desses independentes.
Você Vai Continuar Fazendo Música?
Composição: Rogério Skylab
Um agiota espera na porta da tua casa.
Você vai continuar fazendo música?
Todas as gravadoras estão de portas fechadas.
Você vai continuar fazendo música?
Até os alternativos debandam pro outro lado.
Você vai continuar fazendo música?
A esperança não existe, a esperança é o caralho.
Você vai continuar fazendo música?
Nunca ganhou dinheiro, muito pelo contrário.
Você vai continuar fazendo música?
O teu futuro é negro, disso eu tenho a certeza.
E você vai continuar fazendo música?
Tenta uma outra coisa, um curso de informática.
Você vai continuar fazendo música?
Velhos e criancinhas, todos te acham maluco.
A tua vida se afunda, por isso é que eu te pergunto:
Você vai continuar fazendo música?
29 junho 2008
Morreu hoje Law
Em sua cidade natal morreu hoje, aos 23 anos, Law, como era conhecido, o seu nome ele preferia não revelar, pois era como se fossem duas pessoas distintas, Law e o "fulano". O corpo foi encontrado no sofá, ao seu lado havia um livro, discos e um controle remoto.
O óbito se deu devido a um aneurisma cerebral. Seus neurônios explodiram devido a solidão, incompreensão e desgosto. Este último devido a incompreensão total sobre o mundo em que habitava.
As poucas pessoas próximas a ele, dizem que ele aparentava estar cansado e desolado no seu dia-a-dia. Em algumas poucas festas onde era visto (em que ele ia quase obrigado) parecia sempre distante, em seu olhar tradicional focado no nada, mostrava apenas que estava perdido dentro de si mesmo. Dava a entender as vezes que vivia em meio caos, sem se sentir parte dele.
Não houve nenhuma repercussão, talvez até mesmo menos que o mínimo que ele imaginava que fosse haver quando assim chegasse o dia.
Morreu, e a impressão que da e que somente agora se sente vivo, acho que finalmente Law se achou.
Law, o homem que teve que morrer para começar a viver.
(o post é de ontem, porém esqueci de rever fazendo a correção e faltou a explicação dele)
Explicação:
Esse post foi feito em cima do post Nota De Falecimento, de Rogério Skylab em seu blog no dia 9 de março deste ano. E seu texto "é um pastiche do conto UM HOMEM CÉLEBRE de Machado de Assis".
Você pode ler um resumo de Um Homem Célebre aqui e baixa-lo inteiro aqui.
Postado por Law às 23:38 0 argumentos
Marcadores: *Devaneios*, Machado de Assis, Morte, Rogério Skylab, Vida
30 maio 2008
Friedrich Nietzsche
Após ter visto nessa semana 2 filmes sobre Nietzsche (Dias De Nietzsche Em Turim, Quando Nietzsche Chorou) e ter pedido a um amigo (antes de ver os filmes) comprar dois livros (Assim Falou Zaratustra, A Gaia Ciência) dele pra mim (por R$7,30 cada) resolvi postar algo aqui sobre "o filosofo de belo bigode". Na verdade ando pensando em fazer outra faculdade num futuro distante, e o curso decidido foi Psicologia, sendo que o que me interessa mais é Filosofia, porém ao contrário de Rogério Skylab, eu não tenho coragem pra fazer tal curso, então meio que na busca para resolução de meus problemas pessoais de cunho existencial optei por psicologia, quem sabe assim num futuro distante eu não me sente em frente a um espelho e me auto-analise? analisar é fácil, o difícil é mudar,
com vocês (meus 2 ou 3 leitores perdidos) um pouco de Nietzsche (eu nunca sei escrever essa porra):
"Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu a 15 de outubro de 1844 em Röcken, localidade próxima a Leipzig. Karl Ludwig, seu pai, pessoa culta e delicada, e seus dois avós eram pastores protestantes; o próprio Nietzsche pensou em seguir a mesma carreira.
Em 1849, seu pai e seu irmão faleceram; por causa disso a mãe mudou-se com a família para Naumburg, pequena cidade às margens do Saale, onde Nietzsche cresceu, em companhia da mãe, duas tias e da avó. Criança feliz, aluno modelo, dócil e leal, seus colegas de escola o chamavam "pequeno pastor"; com eles criou uma pequena sociedade artística e literária, para a qual compôs melodias e escreveu seus primeiros versos.
Em 1858, Nietzsche obteve uma bolsa de estudos na então famosa escola de Pforta, onde haviam estudado o poeta Novalis o filósofo Fichte (1762-1814). Datam dessa época suas leituras de Schiller (1759-1805), Hölderlin (1770-1843) e Byron (1788-1824); sob essa influência e a de alguns professores, Nietzsche começou a afastar-se do cristianismo. Excelente aluno em grego e brilhante em estudos bíblicos, alemão e latim, seus autores favoritos, entre os clássicos, foram Platão (428-348 a.C.) e Ésquilo (525-456 a.C.). Durante o último ano em Pforta, escreveu um trabalho sobre o poeta Teógnis (séc. VI a.C.). Partiu em seguida para Bonn, onde se dedicou aos estudos de teologia e filosofia, mas, influenciado por seu professor predileto, Ritschl, desistiu desses estudos e passou a residir em Leipzig, dedicando-se à filologia. Ritschl considerava a filologia não apenas história das formas literárias, mas estudos das instituições e do pensamento. Nietzsche seguiu-lhe as pegadas e realizou investigações originais sobre Diógenes Laércio (séc. III), Hesíodo (séc. VIII a.C.) e Homero. A partir desses trabalhos foi nomeado, em 1869, professor de filologia em Basiléia, onde permaneceu por dez anos. A filosofia somente passou a interessá-lo a partir da leitura de O Mundo como Vontade e Representação, de Schopenhauer (1788-1860). Nietzsche foi atraído pelo ateísmo de Schopenhauer, assim como pela posição essencial que a experiência estética ocupa em sua filosofia, sobretudo pelo significado metafísico que atribui à música.
Em 1867, Nietzsche foi chamado para prestar o serviço militar, mas um acidente em exercício de montaria livrou-o dessa obrigação. Voltou então aos estudos na cidade de Leipzig. Nessa época teve início sua amizade com Richard Wagner (1813-1883), que tinha quase 55 anos e vivia então com Cosima, filha de Liszt (1811-1886). Nietzsche encantou-se com a música de Wagner e com seu drama musical, principalmente com Tristão e Isolda e com Os Mestres Cantores. A casa de campo de Tribschen, às margens do lago de Lucerna, onde Wagner morava, tornou-se para Nietzsche lugar d "refúgio e consolação". Na mesma época, apaixonou-se por Cosima, que viria a ser, em obra posterior, a "sonhada Ariane". Em cartas ao amigo Erwin Rohde, escrevia: "Minha Itália chama-se Tribschen e sinto-me ali como em minha própria casa". Na universidade, passou a tratar das relações entre a música e a tragédia grega, esboçando seu livro O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música."
Postado por Law às 13:57 1 argumentos
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