30 novembro 2010

O Homem Nu (Dispa-se E Ignore)

O homem nu estava preso, o homem nu se libertou
o homem nu está aqui, o homem nu te faz tão mal
porque tanto desconforto com o homem nu?
seria medo da liberdade ou de quebrar seus próprios tabus?

preso voluntário em armadilhas culturais
engessado no passado, confortável irracional

o homem nu assaltou um banco, o homem nu perdeu a razão
ontem ele matou o homem branco mas acertou em cheio a moral
ele vai destruir o que foi construído, vai se entregar mas sem nenhum objetivo

finja se orgulhar de seu futuro promissor
encha de vazio o teu vazio interior

o homem nu subiu ao palco e fez o que você não quis
o homem nu não te tocou mas você se sentiu invadido
ele pode te ver, mas você não
o homem nu rasgou a bíblia mesmo não tendo religião

você é livre , você é bom
dispa-se e me ignore!






Música (O Homem Nu, Dispa-se E Ignore foi retirado da música, mas não faz parte do nome, e sim do título do MEU texto) do Dead Fish, se não me engano nunca lançado em versão de estúdio, saiu apenas em um disco ao vivo e de vez em quando marca presença nos shows.

Gosto dessa idéia, pelo menos a que eu criei pra mim, que a música passa. “Você é livre...dispa-se e ignore”

Eu criei uma idéia, bem, antes deixe-me falar do O Homem Nu MAIS FAMOSO. O Homem Nu é um famoso texto de Fernando Sabino, que pode ser lido aqui, e também virou filme. Como já disse em um texto no passado, meu gosto cinematográfico não é dos mais comuns, e eu achei o filme uma droga, assim como não acho que o texto do Sabino seja nenhuma maravilha.

Voltando a idéia criada por mim e explicando-a; há uma versão ao vivo da música em que o Rodrigo antes de cantar fala: “Essa é pras pessoas que perderam a esperança, mas acreditam que ainda existe alguma reação” (Ou algo parecido).

Com base nessa introdução eu criei a minha idéia, em que O Homem Nu retrataria o ápice de um surto, a expressão do desespero de um louco, que se cansa de vez das “regras” do dia-a-dia, do padrão, e tem como a primeira forma de liberdade, ou melhor, o primeiro ato libertário que ele tem (libertário pra si mesmo) é se desnudar.

Às vezes eu sinto essa vontade, de arrancar as roupas, e surtar de vez, me libertando dos padrões (do qual eu já não me enquadro) e também expressando minha loucura e liberdade, acertando em cheio a moral, os valores e a hipocrisia, me entregando à liberdade e tirando das costas o peso feito pela sociedade.

É isso, se tiver coragem dispa-se, ignore e liberte-se.



NOTA: A nudez citada nesse texto não tem ligação nenhuma com o lado sexual, e sim como diz o texto é apenas o ápice da loucura, do cansaço, gritando por liberdade.

NOTA 2: Sem piadas sobre minhas idas à praia de nudismo e me chamando de tarado (para 2 pessoas em especial que TALVEZ leiam esse texto).

14 setembro 2010

(O Seu) Sorriso

Estava eu lá, olhando o nada
Quando de repente, te vi
E tudo mudou
Como uma nuvem preta que aparece enquanto você caminha para um compromisso, mas
Desanimado já esta
Pois sabe que há de se molhar
Saiu de casa preparado para o sol
Mas, São Pedro quis
E sua roupa molhou

Então todo meu ar mudou
Meu semblante em outro, se transformou
O dia clareou
A chuva apaziguou
E a felicidade chegou

Tudo isso aconteceu
O sol chegou
Deixando distante a nuvem preta que iria me molhar
São Pedro quis me seco e feliz
Mas ele só quis por ter testemunhado a mesma coisa que eu
Ele viu o que eu vi

Não sei se lá do alto, de trás das nuvens brilhava tanto quanto daqui
Do outro lado da rua
Mas ele também viu o que eu vi
E mudou o meu (não só o meu) dia

Nós vimos...
...o seu sorriso

21 julho 2010

A Corrida (Ou O Corredor)

Corro, corro e não chego
Quando chego estou atrasado
Não alcanço você, que nunca espera

A busca pelo meu lugar tem me cansado
Lugar no mundo
Lugar na vida
Lugar em você

Cansado da busca e de pernas bambas de tanto correr, tropeço
Mesmo caído me despeço
Despeço de você

O fim esta chegando
Daqui eu já vejo a linha
A linha que eu cruzar
A linha que cerca o meu futuro
E é lá onde eu quero estar

Atravesso a linha
E o chão acaba
Caio
Vou, vou, vou
No precipício estou a cair
E este é o meu fim

Enfim, cheguei
Dessa vez a tempo
Agora já posso parar de correr

09 junho 2010

Desencontros (Ou Eu & Você)

Estava eu lá
Mas não me via
Estava eu cá
Mas não me ouvia
Eu tava lá
Mas você não me via
Eu tava cá
Mas você não me ouvia

E nesses desencontros nossas vidas foram passando

Eu chorei
Você sorria
Eu gritei
Você, no silêncio focou

Você desenha
E eu brincava de fazer poesia

Nos sábados à tarde, você no parque fazia yoga
Eu no meu quarto meditava

Eu bebi
Você tropeçou

Você achava
Aquilo que eu perdia

Eu era melhor à noite
Você durante o dia

Preferia as flores da primavera
Você, o gelo do inverno

Penso que seriamos perfeitos
Se não fosse o problema do tempo...

...já que
Eu morri
Enquanto você nascia

30 abril 2010

Texto Das Possibilidades (ou Se ou Poesia Do Se)

E se fosse de outro jeito?
Se eu tivesse tomado aquele caminho
Se, se...
A minha vida é cheia de “SEs”

Mas, pensando bem, não é só a minha
Em várias músicas que eu adoro, em algum momento encontra-se um se

Refletindo sobre essa pequena palavra de duas letras, eu percebo que o se é lindo
Pois o se te da possibilidades
Eu sou feio, mas como seria se eu fosse bonito?

Pensando no se me lembrei da música Mantra Das Possibilidades do Wander Wildner:

“Minha vontade é ser bonito
Mas eu não consigo
Eu sempre volto atrás
Sonho em ter cabelo comprido
Mas eu não consigo
Eu sempre corto mais
Meu desejo é estar contigo
Mas eu não consigo
Eu sempre fico em paz”
É, “certo seria, se erro não fosse
Acho que é melhor esquecer os “ses” e pensar e viver no que é.

10 fevereiro 2010

Poesia Erótica Nº 2

Veio
Subitamente veio sussurrando aos meus ouvidos
Caliente, quente, explicitamente
Ô, todos os meus pensamentos mais secretos
Naquele momento não puderam conter-se em minha cabeça
E foram arrastando-se para o meu corpo
Não resisti
Beijei

Aquela boca quente, que conteve todo a minha ansiedade
Pois fiquei imóvel, perplexo
Era eu um fantoche
Esperando ser guiado pelos caminhos mais secretos e vulgares daquela cama

E assim o fui
Suor, saliva, cheiro
Tudo misturado num mesmo quarto

Ardente
A tua pele me tocava
Enquanto na tua alma eu penetrava

Foram momentos únicos
Tão rápidos quanto uma noite divertida
Tão longos quanto refletir sobre o amor
E a vida

Ali eu te tive
Ali você me teve
Ali foi intenso
Nós dois nos fundimos num único corpo e alma

O dia amanheceu
E de nós dois no quarto
Só ficou o cheiro


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Não se preocupem meus queridos 2 ou 3 leitores, porque provavelmente não terá a Poesia Erótica Nº 3, mas como eu fiz há mais de 1 ano a Nº 1 (tão ruim quanto, ou pior), eu tava arrastando a "obrigação" de fazer a Nº 2 até agora!