Vomito-te minha suja alma
Em teu anus
Alma manchada pelos pecados das ruas
Bares e orgias
Deixo todo meu amor excretar dentro de suas límpidas artérias
Infectando-te com mentiras, medos e doenças
Porém, é, sempre foi e sempre será sincero
Todo o meu amor
Cada vez mais imundo estou
Transcorre por mim um pus exalando um péssimo odor
Pela madrugada na rua suja minha alma se sente livre
Os transeuntes morimbundos fazem com que sinta-me como se habitasse os corredores de minha casa
Fico totalmente aconchegado
Acho-te novamente
Dessa vez toda nua, no meio da rua
Ofereço minha mão, meu coração e meu calor
Abraço-te e beijo
Retomo minha alma
Pra sempre estará manchada
Mas meu futuro apenas com você será límpido como uma cachoeira
E as manchas em meu passado serão apagadas
Na alma ficarão para todo o sempre
Para que eu jamais me esqueça como é difícil viver sujo
Este poema foi feito após ver uma entrevista do Ferreira Gullar hoje no Programa Do Jô e ele declamou um pedaço de um poema que não era “muito bonitinho”. Ora, Rogério Skylab faz “poesias sujas” e é chamado de retardado, mas o Gullar pode porque é gênio?
Como eu admiro os dois, resolvi fazer o meu poema sujo, e tudo bem se me chamarem de retardado. Alias, eu acho que é menos preocupante ser chamado de retardado do que se você for chamado de gênio.
25 abril 2009
Poema sujo
22 abril 2009
Reflexões vagas em meio ao nada
Hoje é um belo dia pra escrever pro meu blog fracassado
O que faço eu aqui no trabalho no meio de dois feriados?
Entro correndo no elevador, de cabelo solto, o cabelo voa pra frente do rosto, as pessoas devem achar que eu sou um louco...eu não as condeno, afinal nem eu sei o que eu sou
Tem uns encontros de um pessoal ai, eu gostaria de ir, talvez, mas...sei lá, devido a timidez sempre é complicado conhecer pessoas novas, se você não conhece esse problema, parabéns, já eu... e o local também não ajuda, é longe, onde eu não conheço NADA, alias, eu as vezes me perco até onde eu frequento
E a crise? Bem a crise ta fudendo com a vida de muita gente. E o presidente? Do presidente eu tenho vontade de rir
Sexta-feira tem show do Cordel Do Fogo Encantado, eu tive uma média de 1 show/ano (show do Cordel) durante 3 anos, mas ano passado eu não fui. O show é na Fundição Progresso, fui apenas uma vez lá, show do Casuarina, Raiz Do Sana e Alceu Valença, dos 3 assisti apenas o Alceu, muito bom, Casuarina quando a gente entrou já tinha acabado e Raiz Do Sana se tocou foi durante os 15 minutos que a gente saiu de perto, achei a casa uma merda, mas talvez eu vá, só por causa do Cordel, que eu adoro. Ia comprar meu ingresso hoje, mas nem sei se vou, aliás, há muito tempo eu não sei de nada
As vezes eu tenho vontade de fazer 500 coisas, virar presidente, escrever um livro, salvar o mundo, mas acabo preferindo “drumi”
Imagino um belo e imenso parque, com uma grande arvore, e eu sentado sob sua sombra lendo algum livro de Nietzsche, deserto, escutando apenas o som do silêncio. Além de ler também seria um lugar ideal para dormir, meditar, fazer Yoga e Tai Chi Chuan (os 2 primeiros eu faço)
Refletindo em meio a tudo eu me lembro do nada. Do nada que eu sou, do nada que é esse blog, dos dias em que eu não tenho nada pra fazer
“Eu sou nada e é isso que me convém”
Lobão
É isso,
Esse texto fala muito e não diz quase nada, me lembra a época de escola onde tinha que fazer redações de 30 linhas e você, ou melhor eu, fazia um texto que poderia ter perfeitamente 15~20 linhas, mas ficava com as 30.
- A falta de ponto em cada parágrafo foi proposital, e um detalhe ridículo: o texto não foi escrito em ordem, eu ia pensando nas coisas e escrevia, às vezes voltava no meio de onde já estava escrito e fazia ali um parágrafo, ou adicionava coisas ao que já havia considerado pronto, por exemplo: esse último parágrafo (“È isso, Esse texto fala...”) foi escrito após o 4º ou 5° parágrafo
16 abril 2009
Um poema qualquer (Castelinho De Areia)
À tarde melancólica a saudade me matava
Lembrar de você não era um bom sinal
Vinho, taça, água, copo e sal
Esse era o cenário no qual eu estava contido
Deprimido, vagando, tentando não apenas não me perder
Mas também me achar
Achar-me dentro da minha profunda solidão
Pego o copo e bebo a água
Inclino a taça e embriago-me com o vinho
Na minha delicada embriagues, eu visualizo você
Em seu manto vermelho, sexy
Que lembrava-me dos meus sonhos mais secretos da adolescência
Vou ate a janela olhar o mar
Morar em um castelo de filmes hollywoodianos tem suas vantagens
Mesmo na melancolia e na tristeza
No frio e no calor
No amor e na dor
Ao abrir a janela se tem um linda paisagem
Mas de que adianta um castelo quando se vive sozinho nele?
Eu era mais feliz na minha infância
E lembro: “construí um castelinho de areia que o mar levou”*
Depois desse dia eu prometi
Pra mim mesmo, ninguém ouviu, mas eu prometi
Prometi que quando fosse “gente grande” eu moraria num castelo
Hoje eu moro sozinho no meu castelo,
E tenho saudade do meu castelinho de areia.
*Frase da música Castelinho De Areia, do Junio Barreto
03 abril 2009
O meu texto do Radiohead – Apoteose 20/3/2009
Todos estão fazendo textos sobre o show e eu que já falei de Radiohead aqui algumas vezes teria que falar do show também, afinal foi o show mais aguardado da minha vida.
Assim como o texto sobre o show da Dave Matthews Band, eu também pensei várias e várias vezes em o que e como escrever, mas esse texto também será tosco, pois eu acho que não consigo expressar emoções que foram aguardadas por anos e anos e mais anos, em algumas mal-escritas linhas. Decidi que tenho que postar esse texto hoje ou esquecer esta merda de vez.
Sexta-feira, 20 de março de 2009, eu estava inacreditavelmente tranquilo. Por que? Não sei, não tem explicação, eu que já falei aqui sobre a merda da ansiedade algumas vezes, mas especificamente nessa aqui em forma de poesia, onde eu descrevo algumas situações sofridas por um ansioso. Nos dias que antecederam ao show eu estava ansioso (não muito, mas estava), mas no dia eu estava tranquilo (pode ter sido efeito das meditações feitas nos dias anteriores)
Ao contrário de alguns fãs (e talvez eu seja muiiiiiito mais fã do que eles) eu não achei o show perfeito. CARALHO, a minha música preferida (Fake Plastic Trees) que me fez há, sei lá, 10 anos atrás ou mais, começar uma admiração que anos mais tarde se tornaria “amor” não foi tocada. O Thom Yorke pensou: haha, vou sacanear o Law e não tocaremos algumas que ele sonha em ver, e assim eles também não tocaram Talk Show Host, música onde eu fiz um “texto” (Realismo Possessivo) em cima dela (que você pode ler aqui).
Eu cheguei “tarde” e já estava rolando o show do Los Hermanos, banda qual eu gosto PRA CARALHO, porém, o que quase ninguém conseguiu entender, é que apesar d’eu adorar a banda eu estava CAGANDO paro o show deles, eu preferia que não tivesse o show, pois seria menos tempo de espera para o show do Radiohead (mais e daí? Horas de espera seriam o que pra quem esperou mais de 10 anos?). Eu nunca tinha visto um show do Los Hermanos, então acabou, que mesmo eu tendo planejado “ignorar” o show pra poupar energias, eu me “soltei” e cantei e pulei durante o show.
Kraftwerk, caralho, conheço pouco da banda, mas sei da sua IMENSA importância para a música, em especial (mas não somente) para música eletrônica. Eu não acreditava que iria ver o show dos caras que fizeram muitas coisas que são feitas hoje há anos atrás, e não tinham disponível a tecnologia de hoje. Se não fossem eles, muito provavelmente essas porcarias que tocam nas rádios “pop-jovem” e em casas noturnas, assim como a música eletrônica de qualidade (Radiohead usa diversos elementos de música eletrônica, mas não tem (quase) nada haver com as músicas “dos DJs”), e as vertentes como o dub e afins, não existiriam. Mas, não foi o que eu pensava, visualmente o show foi muito bom, com direito a roupas que davam um ótimo visual e robôs que “tocaram” no lugar deles, porém, musicalmente eu me decepcionei, onde eu achei que veria sintetizadores, eu vi LAPTOPS, mas que merda, hein? Pois é, não foi nem 1/3 do que eu esperava, mas teve momentos bons. Quem já viu outro show deles garante que é muito melhor do que o show que eles fizerem, eu estou até baixando um DVD duplo deles para averiguar.
É mais ou menos isso ai, como eu disse, não consigo expressar a emoção, o que eu vi/senti, o sonho realizado, em palavras. Então pra que ficar enrolando?
Só uma coisa que não concordo: todo o estardalhaço que foi feito em outubro de 2007 quando o Radiohead lançou o disco 1 do “In Rainbows” na internet de forma digital pelo preço que você quisesse pagar, inclusive zero libras. Bem antes diversos artistas já tinham colocado suas músicas na internet gratuitamente, a única diferença é que no caso do Radiohead você era obrigado a dar um valor, mesmo que fosse zero libras. Meses depois o GOG fez algo parecido, a diferença é que no caso do GOG você não precisava pagar nada pra baixar, mas, se quisesse fazia uma doação pra ele.